A restauração do Forte dos Reis Magos será o primeiro projeto de obra
dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Cidades Históricas
assinado em todo o país e vai custar R$ 8,5 milhões. A obra integra o
lote do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e
a do projeto foi realizada em Natal, no dia 19 de setembro. O
início das obras está previsto para março do próximo ano.
De
acordo com Onésimo Santos, superintendente do Iphan-RN, as obras serão
executadas em seis meses. O Instituto já realizou licitação, no valor de
R$ 230 mil, para contratar empresa que ficará responsável pela
elaboração do projeto, em um prazo de três meses. A vencedora foi a
Cunha Lanfermann Engenharia e Urbanismo.
Alex Régis
Escavações revelam que paredes foram suprimidas da sua arquitetura original do Forte
O
projeto PAC Cidades Históricas visa revitalizar o patrimônio histórico,
impulsionando o desenvolvimento socioeconômico e cultural de 44 cidades
em 20 Estados do Brasil. Em Natal, o projeto contempla a restauração de
nove prédios e 13 praças no entorno do Centro Histórico e conta com um
orçamento de R$ 43,48 milhões. Os recursos serão liberados pela Caixa
Econômica Federal, mediante a aprovação dos projetos e conforme a
execução das obras.
Em Natal, três obras do PAC Cidades
Históricas serão de responsabilidade do Governo do Estado, entre elas a
que engloba a recuperação de 13 praças públicas; duas ficarão a cargo da
Prefeitura do Natal; mais duas serão realizadas pela Universidade
Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e três ficarão sob
responsabilidade do Iphan.
O Governo do Estado receberá o maior
volume de recursos, da ordem de R$ 24,9 milhões, para recuperação do
Teatro Alberto Maranhão (TAM), restauração do casarão da Escola de Dança
do TAM e revitalização de 13 praças públicas no Centro Histórico de
Natal, entre elas, a Praça André de Albuquerque, na Cidade Alta, e a
Praça Augusto Severo, no bairro da Ribeira.
O segundo maior
volume de recursos – R$ 11,1 milhões, vai para o Iphan a quem cabe
recuperar o casarão do Arquivo Arquidiocesano, que deverá ser licitado
em 2014, revitalizar o antigo Armazém Real da Capitania (Casa do
Patrimônio), além de restaurar o Forte.
Centro Histórico
O
Centro Histórico de Natal é formado pelo conjunto arquitetônico,
urbanístico e paisagístico do município e abrange regiões dos bairros
da Cidade Alta, Ribeira e Rocas. O sítio a ser trabalhado possui área
total de 91,1 hectares. Segundo Onésimo Santos, as entidades
responsáveis pelas obras têm até o início de 2015 para abrir licitação
dos projetos.
Todos os bens terão projetos assinados
individualmente, com exceção da revitalização das praças do Centro
Histórico, que fará parte de um pacote único. O PAC Cidades Históricas
disponibilizará um total de R$ 1,9 bilhões, sendo R$ 1,6 bilhões para
obras públicas e R$ 300 milhões destinados a uma linha de crédito para
proprietários de imóveis tombados pelo Iphan.
História
Construção
concluída pelos portugueses em 25 de dezembro de 1599, data que
coincide com a fundação de Natal, o Forte dos Reis Magos foi tomado
pelos holandeses em dezembro de 1633. Após quatro dias de combate, e com
o capitão-mor Pero Mendes de Gouveia, ferido, os soldados negociam a
entrega da fortaleza. O Forte é rebatizado de Castelo Keulen, e Natal,
de Nova Amsterdã – os holandeses permaneceram no litoral do Nordeste
brasileiro até 1654. “O Forte não foi tomado, talvez isso tivesse
acontecido se a batalha tivesse se estendido, e o combate se deu por
terra”, explicou Onésimo Santos. O poço de água doce no centro do Forte
foi construído pelo holandeses, que sabiam exatamente qual a capacidade
diária de abastecimento. Já a cisterna e o sistema de captação de água
da chuva é posterior, após a retomada pelos portugueses.
Da TN